Sunday, February 4, 2007

Wedemeyer, Charles

2) Quem é quem em ensino a distância?



Charles Wedemeyer (1911-1999), visionário e pioneiro, foi investigador, autor, professor, administrador, filósofo e inovador no campo da educação aberta e da educação à distância.
Formado pela Universidade de Wisconsin, desenvolveu o seu trabalho nesta instituição, tendo-a colocado numa situação de proeminência, sobretudo depois da sua associação ao U.S. Armed Forces Institute, a maior organização de ensino do mundo.
Entre os anos 50 e 60 promoveu a aplicação da tecnologia como ferramenta facilitadora da aprendizagem a um leque mais vasto de potenciais aprendentes. O seu trabalho foi, de tal forma reconhecido que as Ford e Carnegie Foundations concederam-lhe elevados incentivos financeiros para explorar a forma como os meios de comunicação podiam ser integrados com a impressão.
Entre 1968 e 1972 foi President of the International Council for Correspondence Education, o precursor do ICDE.
Teve uma carreira distinta na University de Wisconsin-Madison, Department of Continuing and Vocational Education. Foi o primeiro a obter o Doctorate of the Open University. O seu curso em educação à distância no Department of Continuing and Vocational Education foi o primeiro em todo o mundo.
O seu projecto Articulated Instructional Media foi fulcral para o advento da British Open University, Indira Ghandi Open University e inúmeras outras.
Em 1987 foi instituído o prestigiante prémio Wedemeyer Award for Outstanding Practitioners in Distance Education que é atribuído, em anos alternados, a trabalhos que se destacam quer na teoria, quer na prática, da educação à distância.
Foi mentor de vários estudiosos e investigadores como Michael G. Moore e Walter James, tendo este último referido que tanto as instituições como os investigadores ligados à Educação a Distância são “inheritors of his inspiration, beneficiaries of his advice, and learners from his wisdom.”
Foi autor de mais de 140 publicações que reflectem 50 anos de investigação.

Keegan, Desmond


Desmond Keegan formou-se na Universidade de Dublin e recebeu o Diploma de Pós-Graduação pela Universidade de Adelaide.
A sua tese de doutoramento sobre a teoria e a prática da Educação a Distância foi publicada como Foundations of Distance Education em 1986. Teve várias edições e foi traduzida em várias línguas.
Em 1979 inaugurou a publicação internacional de Distance Education, já no seu décimo oitavo ano.
Desenvolveu vários cursos para a Educação a Distância e em 1993 inaugurou os Routledge Studies nas Séries de Educação a Distância.
Deu um grande contributo às The Distance Teaching Universities (1982), foi editor adjunto de Distance Education: international perspectives (1983), director adjunto de L’università a distanza. Riflessioni e proposte per un nuovo modello di università (1984), editor de Theoretical principles of distance education (1993), editor adjunto de Distance Education: new perspectives (1993), editor de The industrialization of teaching and learning (1994).
Em 1997 a Comissão Europeia em Bruxelas publicou o seu Distance Training in the European Union.
Concebeu, administrou e tornou bem sucedidos vários projectos da Comissão Europeia.
Actualmente é Director do Centro Irlandês para Distance Education Research and Applications.

Ensino a Distancia

Actividade 1) O que não é possível eu ignorar em ensino a distância
De acordo com Keegan, D. (1996). Foundations of Distance Education
· capítulo 3: “Definition of Distance Education”, pp. 33-51

o conceito de educação a distância necessita de ser clarificado pois ainda não existe acordo nesta área, o que dificulta a progressão neste campo. Vários investigadores e teóricos apresentaram várias perspectivas de educação a distância, no entanto Keegan considerou que se tornava necessário um conceito mais abrangente que englobasse o conceito de ensino a distância e aprendizagem a distância.
Keegan enfatiza bem a necessidade de não considerar como sinónimos ensino a distancia, aprendizagem à distância e educação à distância. Na sua perspectiva, o ensino a distância e a aprendizagem a distancia são duas faces da mesma moeda: a educação a distância, “Distance education” is a suitable term to bring together both the teaching and learning elements of this field of education.
(Keegan 1996: 38)
Moore descreveu o ensino a distância como o conjunto de métodos de ensino utilizados, tendo em conta a separação física do professor e dos alunos, as fases interactivas (simular, explicar, questionar e orientar) e proactiva (seleccionar objectivos, planificar o currículo e estratégias instrucionais) do ensino que são concretizados através de texto impresso e de equipamentos mecânicos ou electrónicos.
Este conceito tornou-se bastante popular, sobretudo após o desenvolvimento da Universidade Aberta, no Reino Unido, sendo utilizado no sentido das suas estratégias didácticas.
No entanto existem fraquezas neste conceito. Encontra-se muito centrado na instituição e na preparação dos materiais, no entanto, o ensino a distância muitas vezes não ensina. Materiais caros para ensino a distância, muitas vezes preparados durante meses ou anos ficam em casa dos alunos sem serem sequer abertos... A interacção não ocorre.
Na opinião de Keegan, este conceito não é o mais adequado pois encontra-se muito centrado no professor e coloca a ênfase na instituição educacional.
Torna-se necessário a formulação de um conceito mais abrangente. Keegan propõe que esta forma de educação que se caracteriza pela quase permanente separação física do professor e aluno e do aluno do grupo de alunos durante todo o processo de aprendizagem, pela influência de uma organização educacional, tanto na planificação como na preparação dos materiais de aprendizagem e no acesso a serviços de apoio ao alunos, pelo uso da tecnologia como mediadora deste processo, pelo recurso a uma comunicação em dois sentidos para que os alunos possam beneficiar da comunicação com o professor, com os colegas e com a própria instituição, seja definida como educação a distância abrangendo os conceitos de ensino a distância e aprendizagem a distância.

Mais uma odisseia...




Deus quer, o Homem sonha, a Obra nasce
Fernando Pessoa, in Mensagem